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ARTIGO: AVALIAÇÃO
FUNCIONAL
Hipócrates, o pai da medicina, que
viveu na Grécia há 2400 anos atrás, afirmava que as doenças
originavam-se da natureza e por ela poderiam ser curadas, através de um
equilíbrio com o meio ambiente, os alimentos ingeridos e com a paz de espírito.
A
alimentação é um dos fatores comportamentais que mais influencia a
nossa qualidade de vida. Um dos hábitos mais arraigados do ser humano é
sem dúvida, o hábito alimentar, que pode ser influenciado por
crenças e modismos, muitas vezes sem respaldos científicos atualizados.
Nos
últimos 30 ou 40 anos, nossos hábitos sofreram grandes transformações.
Nos alimentamos de forma diferente, respiramos um ar diferente, estamos em
contato com substâncias sintéticas que nem existiam até então. Nos
movimentamos cada vez menos e ainda somos obrigados a absorver cada vez
mais informações e a lidar com emoções e desafios constantes no nosso
dia a dia. Nosso sistema digestivo e neurológico,
em conjunto com o sistema imunológico, estão em sobrecarga. Todas
essas mudanças foram rápidas
demais para o tempo que o
nosso organismo precisaria para se adequar a estes novos costumes. Podemos
amenizar alguns fatores ambientais e/ou emocionais porém sempre com várias
limitações. Devemos, então, interferir nos hábitos e processos
alimentares para efetivamente nutrir a célula, inclusive, dando suporte
para os fatores que pouco podemos interferir. A
qualidade da nossa alimentação tem nos causado problemas funcionais
pois, diversas vezes, temos que lidar com excessos de substâncias
estranhas, ao mesmo tempo que sofremos com a insuficiência de nutrientes
essenciais para executar nossas funções
orgânicas, inclusive de defesa, gerando desequilíbrios físicos, mentais
e emocionais. A
evolução da ciência da Nutrição nos mostra, cada vez mais, como os
nutrientes, presentes naturalmente nos alimentos, formam nossas células e
nos fazem funcionar em todos os níveis. Com base em mais estes
conhecimentos, somando a alimentação adequada, a inclusão freqüente de
alimentos funcionais e quando necessária a suplementação nutricional,
conseguiremos efetivamente nutrir a célula e deixar que ela,
naturalmente, execute suas funções, prevenido doenças e promovendo saúde,
que é o nosso maior objetivo. Existem
certos conceitos que já se perderam em função do tempo e de informações
conflitantes, que nos atropelam no dia a dia e muito mais nos confundem do
que nos esclarecem quanto às boas regras da alimentação. Hoje em dia os tratamentos de saúde são mais voltados para os sintomas ( doenças ) do que para as suas causas, sejam elas alimentares, hereditárias, ambientais, iatrogênicas etc. Vários fatores, em conjunto ou isoladamente, podem estar causando os sintomas da doença, e se as causas básicas não forem detectadas, o paciente vai apenas amenizar temporariamente os sintomas e, às vezes, até trocar de sintoma, porém, não resolverá o problema. São os tratamentos voltados para a doença e não para o indivíduo que a desenvolveu.
NUTRIÇÃO
CLÍNICA FUNCIONAL Os
nutrientes presentes nos alimentos são a fonte natural de matéria prima
para a formação, manutenção e reestruturação celular. Sob o aspecto celular, o que somos hoje não é o
que fomos há 1 ano atrás e nem o que seremos daqui há um ano. Nosso
organismo é formado por 100.000.000.000.000 (cem trilhões) de células e
destas, 50 milhões são
substituídas diariamente4, conseqüentemente a matéria prima
que fornecemos para esta formação celular é determinante do resultado
que teremos. Cada célula do organismo precisa de, pelo menos, 45
nutrientes conhecidos para desempenhar sua função. A maneira como os nutrientes tornam-se parte integrante
do nosso organismo e contribuem para o seu funcionamento depende dos
processos bioquímicos e fisiológicos que determinam suas ações. A simples ingestão do alimento não garante
que seus nutrientes estarão biodisponíveis, isto é, que estes
nutrientes possam estar disponíveis para serem utilizados pelas células.
Para que isso realmente ocorra, é fundamental que além de uma quantidade
e qualidade ideal de "matéria prima", também existam condições
químicas e fisiológicas
ideais para o alimento ser quebrado, os nutrientes resultantes dessa
quebra serem absorvidos, transportados, e utilizados pelas células do
organismo. Também é necessário, que os produtos resultantes deste
processo, que não serão utilizados pelo organismo, consigam ser
excretados, assim como as substâncias tóxicas que possam ter sido
ingeridas junto aos alimentos. Se uma dessas etapas do metabolismo não funcionar
direito, mesmo com uma alimentação adequada, o organismo apresentará carências nutricionais e, conseqüentemente,
funcionais. Pois, na medida em que faltar matéria prima para o
organismo, algumas das suas funções serão prejudicadas. A
utilização do alimento pelo organismo depende de um processo que
envolve: Ingestão,
Digestão, Absorção, Transporte, Utilização e Excreção.
PRINCÍPIOS
DA NUTRIÇÃO
FUNCIONAL: - Individualidade bioquímica Tratamento centrado no paciente e não na doença Equilíbrio nutricional & Biodisponibilidade dos nutrientes Interferência de fatores externos na saúde orgânica Saúde como vitalidade positiva e não simplesmente como ausência de doenças:
Equilíbrio Físico, Mental e
Emocional
ANAMNESE
FUNCIONAL: Didaticamente, a anamnese será apresentada em tópicos e as questões
levantadas, embora sejam comuns a vários tópicos, serão feitas uma só
vez e analisadas em conjunto para os fins necessários. Individualidade Bioquímica
Segundo o Dr Roger j. Williams, Ph.D., individualidade bioquímica é: “Um conjunto único de fatores genéticos de um indivíduo que controla
seu metabolismo, suas necessidades nutricionais e suas sensibilidades
ambientais”6. Essa individualidade bioquímica irá nortear uma terapia para cada paciente, e a relação nutricionista/paciente é essencial e determinante para detectar e atuar efetivamente nos processos que estão desequilibrando o paciente em questão. A anamnese funcional é uma ferramenta utilizada para avaliar todos os
processos que determinam e que influenciam o quadro atual do paciente. Tratamento centrado no paciente e não na doença
A hereditariedade é importante na história do indivíduo, porém, a
expressão de um gene depende 70%
a 75% da influência do meio ambiente, sendo determinada, portanto, pelo
fenótipo. Segundo o Dr Jeffrey S. Bland, Ph.D., autor do livro Genetic
Nutritioneering: as interferências ambientais, nutricionais e
comportamentais modificam a expressão de um gene2. O
levantamento da história familiar de morbidades e longevidade, da história
pessoal de patologias e medicamentos utilizados freqüentemente, da exposição
ao ambiente e tipo de trabalho do indivíduo, dos seus hábitos
alimentares, sinais e sintomas clínicos (desenvolvidos no passado e
atualmente), hábitos de vida (fumo, sono, drogas...), atividade física e
estresse mental e ou emocional dão uma característica individual aos
sintomas desenvolvidos por este paciente e nos orientam a tratar as causas
destes sintomas. Equilíbrio nutricional & Biodisponibilidade dos
nutrientes
Ingestão,
Digestão, Absorção, Transporte, Utilização e Excreção. Alimento não é caloria, é matéria prima que
também fornece energia. A quantidade e a qualidade da composição da
nossa alimentação, assim como a biodisponibilidade dos nutrientes,
determinam o funcionamento adequado do organismo em todos os níveis. Os nutrientes agem em conjunto, sendo que, um
depende da presença do outro para que a sua ação seja efetiva.
Portanto, o que pode desequilibrar a alimentação são os excessos e/ou
as carências nutricionais. Como os nutrientes, em geral,
agem em conjunto, a carência de qualquer nutriente essencial, mesmo
aquele necessário em quantidades irrisórias, pode determinar a alteração
do equilíbrio geral do organismo. É o que diz a “lei do mínimo”: o
nutriente que está em menor quantidade, proporcionalmente, determina o
desempenho total do organismo6. Ingestão:
O que, quando, como, quanto e com o que comer. Avaliar a qualidade e a quantidade dos alimentos
ingeridos, intervalo entre as refeições, a frequência de consumo,
monotonias alimentares, combinações, preferências, aversões e ingestão
hídrica, nos darão indicadores do equilíbrio nutricional (excessos e/ou
carências de nutrientes). Permitirão, também, a avaliação da ingestão
freqüente de substâncias químicas, agrotóxicos, nicotina, poluentes
ambientais, metais pesados; excesso de cafeína, açúcar refinado, álcool,
estresse oxidativo ( falta de matéria prima antioxidante e excesso de
oxidantes); consumo freqüente de alergenos alimentares e facilitadores de
endotoxinas (por ex. intestinais, como nitrosaminas). Todas estas substâncias
poderão desencadear o aparecimento de mediadores como: eicosanóides,
citocinas, histaminas (e outros autacóides), espécies reativas de oxigênio
e nitrogênio (EROs e ERNs), assim como desequilíbrios na formação e na
ação de hormônios, neuropeptídeos e neurotransmissores, promovendo
desequilíbrios orgânicos que podem se traduzir em condições clínicas
patológicas. Nas
ultimas décadas, houve um aumento da oferta da variedade de alimentos,
porém, com uma redução na qualidade nutricional destes, causadas por vários
fatores cujos principais são: -Empobrecimento
da quantidade de nutrientes do solo; -Forte
presença de produtos químicos nas lavouras; -Contaminação
das águas, tanto para irrigação quanto para o consumo; -Perda
nutricional causada por armazenamento, transporte e manuseio impróprios; -Perda
de nutrientes e contaminação química
causadas pela industrialização dos alimentos; Em
paralelo, nosso organismo sofreu modificações neste período, passando a
exigir uma maior quantidade de nutrientes para lidar com os desequilíbrios
gerados por situações como: -Poluição
ambiental; -Estresse
físico e emocional; -Maior
consumo de alimentos com fatores antinutricionais; -Maior
consumo de alimentos industrializados. Atualmente, existem mais de 2000
substâncias químicas sendo utilizadas nos alimentos industrializados.
Estas substâncias podem causar reações adversas no nosso organismo,
principalmente se consumidas com freqüência. Estes aditivos são classificados pelas seguintes funções: acidulantes, antioxidantes, antiumectantes, aromatizantes, conservantes, corantes, estabilizantes, espessantes, umectantes e uma grande utilização de Glutamato Monossódico para realçar o sabor dos alimentos.
Digestão: Avaliar
os fatores que podem interferir na quebra dos alimentos, como por exemplo:
a mastigação; o meio ácido gástrico (diminuição da produção e/ou
diluição do ácido clorídrico, ou utilização de medicamentos como
omeprazol que inibe a produção de ácido clorídrico); produção e ação
adequada das enzimas digestivas (salivares, gástricas, intestinais e
pancreáticas) e do ácido bilear, bicarbonato; e estresse (aumento de
liberação de adrenalina). Sintomas como: flatulência, erutação, azia, queimação, sensação de “empachamento”, estufamento, “digestão parada”, dores e inchaços abdominais indicam uma má digestão dos alimentos. O entendimento dos fatores que estão causando este processo determinará o tratamento.
Absorção: É
necessário avaliar os fatores que poderão interferir na absorção dos
nutrientes ingeridos, como por exemplo: -
Mastigação. A quebra e digestão dos alimentos começa na boca, e
só haverá absorção adequada com mastigação adequada. A boa mastigação
estimula a continuidade da digestão no estômago (que não tem
“dentes”), pois os alimentos chegam mais fracionados e facilitam a ação
das enzimas gástricas. -
A ingestão de líquidos com a refeição e na primeira hora após
a mesma, além de “empurrar” o alimento, causa uma diluição do meio
ácido gástrico necessário para a ação das enzimas digestivas, absorção
dos nutrientes e destruição de bactérias nocivas ao nosso organismo. -
Comer rápido, estressado ou nervoso, por exemplo, aumenta a liberação
de adrenalina que prepara o organismo para “lutar ou fugir”, desviando
o sangue para as extremidades do corpo e inibindo a digestão e conseqüentemente
a absorção dos nutrientes. -
A ingestão de drogas que interferem na
absorção dos nutrientes e/ou aumentam sua excreção. -
A presença de fungos e parasitas pode
causar inflamações e infecções intestinais que geram transtornos de
absorção1. -
O equilíbrio entre as boas e más bactérias do sistema digestório,
que evita a disbiose intestinal, é necessário para a saúde orgânica
funcional. A boa flora intestinal é importante para: aumentar a absorção
dos nutrientes; ativar o sistema imunológico; combater as más bactérias
(por competição e por produção de antibióticos naturais); manter
integridade da parede intestinal; produzir vitaminas como vit K, vit B12,
vit B5, Vit B6, ácido fólico e biotina; produzir ácidos graxos de
cadeia curta; melhorar o processo digestivo; combater a Helicobacter
pylori; promover uma ação anti-cancerígena; regular o colesterol e auxíliar
o tratamento de alergias alimentares. -
A manutenção da integridade da parede intestinal é fundamental
para a seleção natural dos nutrientes
que serão absorvidos, e para a inibição da absorção de macromoléculas
estranhas ao organismo. Esta integridade da mucosa intestinal é necessária
também para a produção de várias substâncias, feita pelos enterócitos,
como: enzimas digestivas, hormônios e vários neurotransmissores,
inclusive serotonina, que conferem ao intestino a condição de “segundo
cérebro”. O intestino é o único órgão que contém um sistema nervoso
capaz de medir reflexos na total ausência de informações do cérebro ou
da medula espinhal. O número
de neurônios neste sistema entérico é de cerca de 100 milhões, quase o
mesmo que em toda medula espinhal4.
A
integridade funcional do intestino também é fundamental para o sistema
imunólogico, pois componentes da mucosa intestinal como IgA secretora,
tecido linfóide intestinal (GALT) e células efetoras como macrófagos,
mastócitos e linfócitos (¼ das células do intestino)5 atuarão
intensamente no combate às substâncias estranhas ao organismo, inclusive
alimentos mal digeridos. O intestino é um dos principais órgãos que
atuam na detoxificação do organismo3. É também o sistema que mais está exposto ao meio ambiente (250m2)4 e, portanto, é
mais sensível às substâncias agressivas, além de ser dotado de uma
enorme capacidade de selecionar os nutrientes necessários ao
funcionamento do organismo e impedir a absorção dos seus agressores. Daí
a importância da integridade fisiológica
e funcional deste sistema. Portanto,
sem saúde intestinal não existe equilíbrio funcional. Transporte A
carência proteica (comum em vegetarianos restritos ou em algumas
cirurgias da obesidade) pode facilitar a diminuição de proteínas
transportadoras e, mesmo se houver uma ingestão adequada de vitaminas e
minerais, estas não serão transportadas até a célula. Utilização É
muito comum pensarmos em carência de cálcio quando se trata de
osteoporose. Porém, muitas vezes, o que realmente ocorre é uma falta de
utilização do mesmo, gerada pela carência dos nutrientes que agem em
conjunto com o cálcio e são necessários para a fixação do mesmo no
osso. Apesar de haver uma quantidade suficiente de cálcio, e as vezes até
em excesso, ele não consegue ser utilizado pelo osso e ainda pode ser
acumulado em tecidos moles ou até mesmo formar cálculos. Portanto, através
da avaliação de hábitos alimentares e de todos os fatores já
comentados teremos maior probabilidade de tratarmos as causas do problema
e, no caso do exemplo acima, evitar que o paciente seja tratado apenas com
uma suplementação de cálcio e vitamina D, que mais prejudicam do que
resolvem o processo. Excreção Os produtos resultantes do metabolismo, que não
serão utilizados pelo organismo e/ou qualquer substância que possa
causar danos orgânicos (xenobióticos), sejam elas originadas
externamente ou internamente, precisam ser excretados. Além da avaliação
de uma excreção adequada via urinária, fecal, trato respiratório e
pele, também é determinante a integridade dos órgãos de detoxificação,
principalmente, do fígado e do intestino. A detoxificação é o processo biológico
pelo qual o organismo transforma xenobióticos, originários de fontes
externas ou internas, em substâncias que possam ser excretadas. Embora a
detoxificação possa ser feita em todos os tecidos e órgãos, o
principal deles é o fígado2, seguido pelo intestino. Existem vários nutrientes que dão suporte à detoxificação. Quanto mais substâncias estranhas ao organismo forem absorvidas, e quanto menos houver suporte nutricional adequado, maiores as possibilidades de intoxicação orgânica e conseqüentes desequilíbrios funcionais. Interferência de fatores
externos na saúde orgânica O
meio no qual o indivíduo vive, a poluição ambiental, o estresse (físico,
mental e emocional), o tipo de
trabalho exercido por ele, a exposição regular à metais tóxicos
(chumbo, mercúrio e cádmio por exemplo), entre outros fatores, precisam
ser analisados, pois irão interagir com o organismo e influenciar o seu
funcionamento. A individualidade bioquímica faz com que as reações orgânicas,
diante dos mesmos fatores, sejam diferentes de uma pessoa para a outra e
até para a mesma pessoa em momentos diferentes. Saúde
como vitalidade positiva e não simplesmente como ausência de doenças:
Equilíbrio Físico, Mental e
Emocional A
análise de sinais e sintomas físicos (intestino preso/diarréia, azia,
dor de cabeça, cansaço, dores musculares, queda de cabelo, língua
branca, aftas, infecções recorrentes etc), mentais (falta de concentração,
de memória, hiperatividade
mental etc) e emocionais (ansiedade, depressão, irritabilidade etc),
aliada a todos os outros fatores analisados nos permitirão entender
melhor as causas e as interrelações entre as mesmas. A partir desta
avaliação, conscientizar o paciente e orientá-lo de maneira efetiva
para uma mudança no processo que determinará os resultados, tratando os
problemas já existentes, promovendo a saúde integral e previnindo doenças,
otimizando o seu potencial genético. Referência
Bibliográfica 1-
BAKER, S.M. Detoxification and Healing: The Key to Optimal Health. New
Canaan: Keats Publishing, 1997. 2-
BLAND, Jeffrey. S. Genetic Nutritioneering. Illinois: Keats Publishing,
1999. 3-
HAAS, E. M. The Detox Diet: A How-to & When-to Guide for Cleansing the
Body. Berkeley: Celestial Arts, 1996. 4-
GUYTON, A.C., HALL, J.E. Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenças.Rio
de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A, 1997. 5- Matricardi PM. Infections preventing atopy: facts and new questions. Allergy 1997;52:879-882. 6- WILLIAMS, Roger John. Biochemical Individuality: The Basis for the Genetotrophic Concept. New
Canaan: Keats Publishing, 1998. Previously published: 1956
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